FRÉMITO
Quando te escuto voz no silêncio
das noites de Outubro, sobe o acorde
suave do sussurrar da brisa…
e os graves das folhas
nas agulhas do pinheiro,
lembram o agudo dos chilreios
na fonte
e um coro celestial murmura
água que cobre o corpo
e o incendeia
queimando-lhe os poros d'alma.
Quando te escuto voz no silêncio
das noites de Outubro, soa na vidraça
a bateria da chuva
e todos os tendões da viola
tremulam em acorde rítmico
de solo vibrado na chamada
à eira onde invernam sementes
à espera da terra nua,
rasgada pelo terçado do braço
que brota perfume de maresia.
Quando te escuto voz no silêncio
das noites de Outubro, o substantivo
procura o poema deitado,
exposto e latejante, onde profundo
raízes do Verbo que germina.
Quando te escuto voz no silêncio
das noites de Outubro, é solstício
em árvore de fruto maduro.
…
Quando te escuto Amor, és mim!
Júlio Fernandes — 20.X.2008
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1 comentário:
o outubro quando nasce, serpenteia em nossos corações.
me visita, amiga. a Janela está aniversariando!
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