20.7.09

Vampiros Genéticos













É no final de vida que o quase se encontra! A verdade aproxima-se calma e sem deslizes. Sabes, quando partires tens que deixar cá todas as lágrimas que te deram. Está quase a acontecer…, a cada dia que passa os olhos secam mais.

«Serás igual a mim», disse a mãe. Consegui sê-lo, até no despejar de lágrimas. Mas nunca me disse que iria ser mãe de gente, talvez fosse de algo no aspecto criativo; de algo que também corria o risco de abortar ou que me raptassem o filho depois de ele nascer e já saber ler e escrever. Ela disse que quando os olhos secassem devia ir livre.

Tudo pode acontecer como Ela havia pensado!, com a diferença de que no seu tempo tinha de suportar os maus tratos da vida sem se poder divorciar deles. Quase a amo.

Mãe, a meio da minha idade desobedeci e cortei metade do corpo. A consequência do meu desvio concentrou-se na mente na forma de abandonar parcialmente o passado. Ai que falta ele me faz para me lembrar o "todo" amor que te tinha.

Num corpo, o quase, ao lado, o pâncreas procura dados antigos de maternidade e encontra-os nas recordações que mais parecem infantis para repor o que tento reformar. No meio deste lixo, mais lixo, e os dados informam para não consumir mais doçura e escorar o excesso, senão secam-me os olhos mais cedo.

Com a separação, do pâncreas e do saco das lágrimas, a cabeça só se sente metade de dor. Imaginas, mãe, metade duma lágrima a escorrer pela meia face? …

Ai!, e eu que reconhecia as lágrimas como a minha sorte! Mas… que sorte! Sorte tenho porque essa, inteira, mais inteligente do que o pâncreas e a insulina, conseguiu fugir do corte do corpo.

Parece quase irreal, tudo isto…, como se fosse possível um corpo andar perdido no sangue, e a alma, escondida nele, pudesse duplicar-se quando me secarem os olhos e fruir novo sangue e um novo pâncreas em folha.

Ana Maria Costa

8.7.09

La casa y


La casa y los espejos que la viven
se levantaron con olor a lirios,
deshabitándole a mi pensamiento
esas maneras lógicas que tengo
de mirar apariencias o simetrías a contra ojo;
en mi plexo solar viven azogues
alimentando el marco a otros espejos,
espejos que he heredado de mi abuela
porque ella sabía mirar sin prisas los perfiles
y hablar tranquilamente con las diversas caras de la muerte
y aún esas muertes que me faltan vivirle
a las interminables facetas de mi vida.
Ahora comprendo esas partes que a ratos me disuelven,
esas zonas a piel de radicales donde el amor
es sólo una querencia pero no la pasión
que derramada podría enamorarme
el punto más difícil de la aorta
y abrirme al gesto que sabría despertarme
las ganas y los lujos entre una boca,
hambrienta boca que podría borrarle a mi estructura
la lujuria que sabe humedecerme la vulva
a consonancia en otras biología
que beben de mi cuerpo
y entre sus dientes
sostienen abiertamente mi dureza.

Alina Galliano@
Del libro...Los días que ahora tengo.
Trabajo en proceso.

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