25.6.07

Bosco Sobreira

Sei que ele me aguarda
desde sempre
muito antes do antes que sou agora
neste tempo medido
em horas
e
espera.
Sinto que ele se aproxima
e o vejo como o vi um dia
lá no muito muito longe inscrito em séculos
aninhado ao colo amantíssimo da bela Psique
no início da longa viagem que ainda não findou
embalados pelo sopro delicado de Zéfiro
e
o abanar suave das asas de Eros.
Quando em vez
sou visitado por sinais de sua presença:
Um breve intenso olhar
trazido pelas ondas que quebram em meu peito
e me envolve a alma
de luz e sal
Uma cor que recende a frescor de manhãs recém-nascidas
Uma nuvem solitária que me chove prata e paz
Um sonho um sussurro um suspiro
Um quase hálito
Uma pedra
Uma pedra
azul.
©Bosco Sobreira
quadro

4 comentários:

Anónimo disse...

é...uma pedra...sempre existe uma pedra...sempre...

Anónimo disse...

e quando menos esperamos...agente encontra essa pessoa que tava lá o tempo todo....belo..belo....

Anónimo disse...

Minha querida Ana,
Muito obrigado por sua desmedida generosidade ao me premiar com a publicação de um texto meu em sua casa.
Sou-lhe grato pelo carinho, minha Poeta querida.
Um beijo afetuoso e de gratidão.

Moacy Cirne disse...

Sou, igualmente, um admirador da poesia de Bosco. E o seu blogue continua muito bom, sem dúvida. Um beijo.

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