2.1.07

Varandas

"Na varanda de meus versos,
Planto rosas nas linhas de minhas mãos. "

ARY CARLOS CARDOSO



Como na varanda dos olhos;

Se estendem nos ventos a imaginação
esculturas de pombas e naturezas mortas.


Como na varanda dos olhos;

Se estendem searas de percepções cruas
formas semelhantes a diferentes partes
para cada olho.

E, vê cada um dos olhos;

metades do fraco mundo florescido
como folhas caídas na miséria habitam, Outonos
no arame farpado farrapos de força.


E, vê cada um dos olhos;


metades do mundo de procuras
subterrâneas de estrelas (in)visuais
fosseis ou grãos de água viva.
Outros, lavram mais uma
nova doença do pousio da terra.


E, vê cada um dos olhos;

metades do mundo de passagem, nesta via rápida.
Antes da viagem, decora-se
as últimas letras do amor
ponteia-se a paz na bandeira do céu,
ou na indiferença da alma arde-se no destino.


Na varanda dos olhos;

não se sabe se as metades do mundo vivem
ou se são as metades inteiras partes mortas.

Talvez, na varanda em vez de olhos
tivéssemos linhas de flores!

©Ana maria costa
29 de Dezembro de 2006

5 comentários:

Alberto Oliveira disse...

"... na varanda em vez de olhos"
plantei flores lilazes
assim se afastam escolhos
que do mal são tão capazes...


beijos do

Legível.

Manuel Veiga disse...

um prazer frequentar a varanda de teus versos. Bom Ano

Anónimo disse...

Minha linda Poeta inaugurou o ano com um Poema inspiradíssimo.
Que seja o primeiro de uma nova safra, plena de beleza.
Beijo afetuoso.

alice disse...

é na varanda do olhar que se acumula a poeira da vida *

Unknown disse...

Alice, por isso, os olhos escurecem com a idade.

Minho actual tv