24.12.06

A estátua



Palavras para o ar!


No tecto, no candeeiro, as aranhas enrolam o nosso amor junto com as carcaças das moscas
e a luz funde a nossa dança: a nossa música desligada no interruptor, pára!
A cama desmaia no tapete e tomba a tua fotografia dos meu olhos.
Derreto os cotovelos nas ombreiras das portadas de vidro
e os dias que penduro no nariz, como piercings, são buracos no calendário, do ontem e do outro ontem!
-quando vens meu amor?
São os minutos pontes de nevoeiro entre o chão do meu corpo e a tua estátua?
Não fossem as paredes do meu quarto feitas com os teus cabelos e o soalho da tua pele;
hoje, não calçava o pensamento com os teus beijos.
Este texto, que escrevo, pode ser entendido como uma carta mas, para mim,
é uma biblioteca dos minutos que arde no pó das prateleiras, na lareira do meu corpo.



23 de Dezembro de 2006
©ana maria costa

1 comentário:

João C. Santos disse...

Olá boa noite.
Celebra-se a época do Natal, que como tudo será rica e festiva para uns e a outros nem por isso, é com esses que o nosso pensamento tem que estar é a esses que desejamos o melhor de tudo, numa altura em que a ausência nos fere e entristece como nunca.

Um Feliz Natal.

João C. Santos

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