
_ das horas púrpuras _
as vozes da casa silenciam em púrpuras horas
os minutos penduram-se nos pelos do meu corpo e
todas as minhas ausências sentam-se a mesa
excepto uma _ que guardo no bolso do peito
que ainda respira o último fôlego de memórias
nos rebentos de arvores jovens crescem
tímidas as palavras de seus recuos regressadas
dentro da gaveta da mesa saem costelas e
ancoram-se inutilmente entre vãos das portas
entre o trinque e a fechadura da campa
os passos de meu pai atravessando os sonhos
da terra fofa, mais húmus de carne do que de flores e
dizem de vesperais melancólicos sobre o jardim
lágrimas que regam os novos rebentos
e as mãos de minha mãe ainda alisando lutos
sobre o choro do lenço que a cobre à noite e
retiram o pó e fuligem do tempo que me devora
é esta a carne que tapa a cova do meu pai
em mudez plástica deus vai e vem como um tijolo:
o diabo põem-se no seu caminho com todo o inferno frio e
- esmaga minha história!
Amina Ruthar e Ana Mª Costa
as vozes da casa silenciam em púrpuras horas
os minutos penduram-se nos pelos do meu corpo e
todas as minhas ausências sentam-se a mesa
excepto uma _ que guardo no bolso do peito
que ainda respira o último fôlego de memórias
nos rebentos de arvores jovens crescem
tímidas as palavras de seus recuos regressadas
dentro da gaveta da mesa saem costelas e
ancoram-se inutilmente entre vãos das portas
entre o trinque e a fechadura da campa
os passos de meu pai atravessando os sonhos
da terra fofa, mais húmus de carne do que de flores e
dizem de vesperais melancólicos sobre o jardim
lágrimas que regam os novos rebentos
e as mãos de minha mãe ainda alisando lutos
sobre o choro do lenço que a cobre à noite e
retiram o pó e fuligem do tempo que me devora
é esta a carne que tapa a cova do meu pai
em mudez plástica deus vai e vem como um tijolo:
o diabo põem-se no seu caminho com todo o inferno frio e
- esmaga minha história!
Amina Ruthar e Ana Mª Costa