
Estão ali o dia todo, esperando. Que sopre o vento e arraste uma palha. Que brilhe o sol e aqueça a pele enrugada. Que se abra uma pálpebra. Que se quebre o sono. Que a partilha seja de duas palavras. Que as mãos se toquem, frouxas, nostálgicas da firmeza e do coração à boca.
A voz é uma planície em pousio.
Querem ver a terra abrir para lhe sentir o humo.
ESCRITO POR JOSÉ ALEXANDRE RAMOS