8.4.08

Para quê a Poesia (Manuel C. Amor)



Se não escreves poesia...
O papão vem! E leva as tuas emoções num caixão lacado com baton vermelho e,
depois, enterram-no com o resto da carne.
No caixão não poderás meter as mãos dentro do coração
mexer no barulho que o coração faz _pum-pum, nas veias, no corpo
quando se abre uma letra que lhe mostra os seios_ ou com
uma poesia, mamas, muitas, bocas, ancas, saliva, luz, sombra, água, grito, gruta, ecos
que o coração guarda entre a carne e o som.
No lado esquerdo da terra o teu polegar levanta-se e urina porque
na morte e na poesia tudo é possivel.
E, a tua língua desprenderá o lacre só para rir, dar gargalhadas, trazer carne.
Tudo flutuará. Dos buraquinhos da terra. Em bolhas. Para o céu!
E, eu espero, espero a voz _ parafusos, pregos e linhas_ para fazer o teu som no horizonte.


Ana Maria Costa

07.08.2008




3 comentários:

José Alexandre Ramos disse...

ena! ... não sei que dizer... posso apenas dizer que gostei muito? :)

Iara Maria Carvalho disse...

querida amiga, meus horizontes se alargaram com o som de sua voz e a mística de suas palavras...
estou com muitas saudades e estou de volta na minha Janela, procure-me...
a tempo, responderei tua mensagem acerca do meu filhotinho e da minha morada, para que possas me dar o privilégio de ter um livro teu. agradeço imensamente a sua gentileza e amizade que honra a minha, linda amiga!)

beijos fraternos e poéticos...

Iara

Anónimo disse...

Mas que mulher sensível! Gostei mesmo! Parabéns...
Recebe um Beijo
eazevedo - o novo amigo....

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