16.3.07

Poema de Rosangela Aliberti

Alma fêmea
Há uma porta
em que se bate bate bate
está oca repleta de pó de cupins
Outra é parede
em que se bate bate bate
uma parte está oca
tijolos com vãos ...são assim
Tem cabeça
que você bate bate bate bate
e "parece"
que não há ninguém por lá
meu corpo treme
meus músculos assinalam
acendo luzes no pensamento
no quarto escuro
fui um tronco de árvore descascada
posso não ser a mesma
gota d' água que faltava
sei que nunca mais serei um mero objeto
não sou grão de cevada
aparentar (?)
é bem diferente do frio que se sente
no concreto
um parecer
não suportando toda percepção do ser
é mais do que pó! são mais do que vãos!
sempre haverá algo a mais
quando se finge que não se quer ver
só enxerga(rá) muito bem
quando quiser estar desperto
há pessoas que entram e saem
do mundo dos sonhos...
em mundos mortos....
em vida
junto recortes de livros
guardo gravuras num envelo
pecada folha é um poema-pássaro
suspiros...
fora do estado da (auto)-
-hipnose.
São Paulo, 13.III.07

1 comentário:

Poesia Portuguesa disse...

Um poema com alma de Mulher.

Um abraço e bom fim de semana ;)

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