“Pousada nos ombros a cisma”
Alexandra Oliveira
É onde pouso os olhos.
Na planície das cores
dos corpos inertes
e de outros corpos iguais ao meu.
É onde pouso os olhos.
Sendo eles animais
espreitam os perigos, os alimentos
que a planície guarda na bolsa das cores.
É onde pouso os olhos.
No mundo dos vícios.
Olhos que se abrem,
olhos que se fecham
num voo raso, sem asas
no pó antepassado.
É onde pouso os olhos
e a mente. Na natureza.
Sucata sou neste mundo
que adormeço e amasso.
Do meio de ferros, destroços
pousada nos ombros das folhas da noite
desembrulho verdes, da ferrugem,
as mamas do outro mundo, o meu mundo.
É onde pouso os olhos e acredito
que cismar não muda a planície dos meus dias.
Olhos, os olhos, olhos ...
Os olhos que reflectem o pouso do dia
são dos pensamentos, que apanho do chão.
ana maria costa
10 comentários:
Minha queridAna,
Depois de tanto te espiar por entre janelas, portas, frestas, me deparo agora com a beleza de novas palavras, novas emoções.
Lindo poema, minha amiga. Vou dormir saciado, até nova sede de você.
Um beijo afetuoso, Poeta.
apanhar pensamentos...como num ritual meio profano, meio profético.
sua poesia tem seus olhos, linda Ana!
beijos...
P.S: não consegui entrar no grupo para o qual me convidou, como faço?
beijos de novo...rsrs
"... que apanho do chão"
que olho e aperto
na palma da mão.
Mais tarde liberto-os em forma de escrita. Que as letras devem ser partilhadas...
Olá Ana Maria.
Mais um blogue que promete, gosto da sua poesia. Bom trabalho. Aproveite para migrar o seu blogue para beta, tem muito mais potencialidades na edição.
Gostaria de a convidar a colaborar no blogue de A Voz do Povo. Enviar-lhe-ei um link para aceder.
Já contamos com a participação de um Maito, que se identifica no nosso espaço como Zé Faria.
Eu trabalho também na sua cidade, propriamente em Vermoim, na Ficocables.
Um beijinho
Também sinto que a cisma não muda a planície dos meus dias, ao contrário aguça. Eu a vejo daqui apanhando os pensamentos do chão de uma imensa plantação. Riodaqui leva 1 beijo na correnteza. Paulo Vigu
vale sempre a pena vir olhar (e ver) as tuas palavras ;-)
beijinhos
os olhos dizem tudo...no fundo eles nos mostram...e diz quem somos....bom sempre que posso venho aqui..adoro ler os seus texto...principalmente em momentos dificeis..como agora..e claro que ainda continua adoro o que escreve...bom até mais....
Lindo!
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...ou dos pensamentos que lanças ao vento.
Um abraço para ti.
Cara Ana Maria:
As palavras devem ser ditas e não meros instrumentos ocultos... As palavras devem ser um meio de comunicação da verdade...
Obrigado
Os olhos que reflectem o pouso do dia
são dos pensamentos, que apanho do chão...
Bonito.
Fica bem,
Miguel
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