28.11.06

com maria josé limeira

Fotografia: David Rostagno




MONÓLOGO À BEIRA-MAR





Ah, tristeza.
Quantas dores
e decepções
são necessárias
para escrever
na areia branca
a palavra solidão?
Entre mágoa
e despedida,
um diálogo
que não se exprime.
Todo pedido de socorro
agoniza esmagado
no meio da multidão
entre as buzinas do tráfego.
Tristeza.
Muda de nome.
Serás chamadade pássara!

Maria Limeira doce Jornalista




*



Maria o mar já te respondeu?
e que disse?
queres que fale com as areias
para que te toquem
com carícias e beijos?
diz-me Maria
para que as mande ter contigo
aos milhares e uma por uma
falarão das confissões
e segredos de amor
que deram ao mar.
Maria, a minha areia
também te irá beijar
e o meu segredo,
o mar te irá levar
nas ondas que rebentam
por não aguentarem
de tantas palavras
que lhes dão.
não vês?
Que é por isso que as
ondas acabam nas areias
é para que possas pegar
nos segredos e nas amarguras todas,
senão...
como irias pegar em água
ou em palavras d'água
e levá-las contigo?
mas não digas nada às pedras
porque são areias mortas
já nada podem fazer!



Ana Maria Costa


*

A resposta de Maria


Isso é tão bonito de se ver. Sabia? Você é uma Poetisa Linda que eu gosto muito. Viu? Estou muito contente que meu texto triste tenha lhe inspirado tanta beleza em sua resposta. Saludos & Obrigada. Maria José Limeira.

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