5.8.08

Vera Carvalho


Foto Ricardo Furtado

A razão não foge ao coração


Hoje eu sei
o porquê do prazer de um raio de sol que
bate no rosto depois do aperto incontido da chuva
Sei das palavras loucas que o vento leva
para lá
das orelhas moucas
Sei o porquê
do primor das cores espalhadas nos seres e o facto
de tu já o saberes
Hoje eu sinto
a aspereza da areia que foge das mãos pela
maciez da água e percebo
porque entre terra e mar
não sobrevive mágoa
Sinto o calor arder-me na pele e o suor lamber-me a ânsia
e percebo
porque abaixo de beijos e lágrimas
há sempre um chão em redor
Hoje eu não sei
olhar não sei tocar
e não sei de tantas coisas
Mas sei o porquê do que sinto
e sei que a razão
não foge ao coração
Vera Carvalho
(para a razão do meu coração)
VERA CARVALHO

3 comentários:

Anónimo disse...

És Vera, veritas. Verdade sem mais.
Vejo-te tão líquida e transparente que me doem os seixos onde te derramas.
Se não corresses?
Serias chuva, Princesa do Norte mas não regato em volume crescente.
E brilhas, sabes?
E deixas-me os olhos a brilhar.

Paulo Viggu disse...

Saber o porquê assenta as razões no coração. Saudades de Ana. Rio daqui - Paulo Viggu

Iara Maria Carvalho disse...

o coração é a razão mais pura do ser.

belas poesias por aqui. como sempre.


beijos, miga.

Iara

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