19.3.07

uma prenda e outra prenda de Alexandra Oliveira





Para a Flor Carnuda que brotou ontem mais uma vez – (por amor)

Chego-te tarde, que não a más horas. Antes, de horas más, embuçadas em cansaços densos, da cor das nuvens que já nem o céu quer vestir. Cansaços puxados para a testa, como biocos. Franzindo sobrolhos e pensamentos, com a sombra. O peso da sombra, franzindo a leveza das claridades, da lucidez, até quase ao impossível. Quase impossível ver por entre tanto vinco. Mas faltava o quase. E o quase tornou-se tempo de deixar o peso franzir-se completamente. Emergi dele em horas nuas, lisas. Macias como pele que acorda cedo, pelo prazer de continuar a sonhar como se o fizesse do princípio. Um princípio do que há-de ser, e já é, realmente, em “branco e rosa. Com a doçura absurda – tão exacta – dos verdes ainda ácidos, e outros matizes que estremecem, longe de maduros. Tudo, e os lábios, e o sorriso, suavemente voados através de um ar de inocência. Esse feito prodigioso de olhos que foram sonhar com visões corruptas, corroídas, pesando-lhes, empurrando-os bem até ao chão da alma. Mas que, de tal alicerce, avante e arriba pestanejam – sonhos. Enovelados em casulos. Metamorfoseados. E depois, alados. Renascidos na sua essência. E na de respirarem como um primeiro rubor de absolvição. Que brota, simplesmente. Por amor.” (1)

(1 (1) transcrição completa do meu poema "por amor", traduzido do original em Inglês, "because of love"

Com mil beijos com pétalas como asas, e mil abraços com asas como pétalas, um Feliz e Alado Reflorir, querida Ana!
~ Alexandra*

(quadro "Magnólia", de Fay Lee)(som de fundo "A kiss from a rose", de Seal)
A segunda "prenda" da Alexandra Oliveira está neste link
Alexandra querida, tu sabes quais as palavras que me apetece dizer neste momento. Ditas e escritas estão no nosso imaginário.
acrescento estas:
muito obrigado e jinhos aos milhões.
ana maria soares da costa

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